terça-feira, 23 de setembro de 2014

Vida minimalista


Há quase 3 anos, aproximadamente, eu me excluí de um fórum virtual de mães exatamente por me questionar que estilo de vida eu queria ter. Já fazia um tempo que nossa família vivia de uma forma mais simples, na verdade, minha filha Isabella foi criada de uma forma em que valorizasse as coisas simples da vida, ao ponto de valorizar mais uma brincadeira do que um brinquedo. Confesso que por um período eu fiz coleções de brinquedos caríssimos para ela, mas que serviam apenas para enfeitar o quarto e acumular pó nas prateleiras, e acreditem ou não, foi ela que nos passou essa mensagem, portanto, aos poucos fomos mudando nosso estilo de vida, muitas vezes influenciados por nossa filha que "a vida é bela, a gente é que f*#% ela". O fato, é que depois de um tempo, participando dessa tal comunidade eu cheguei a me questionar se esse era mesmo o estilo de vida que eu queria, pois via muitas mães comprando, consumindo, gastando horrores com os filhos, coisas que julgava inúteis, mas que de repente, meus filhos no futuro pudessem sentir falta. Desabafando com uma qualquer, fui julgada por invejosa na época, o que me deixou muito triste, a ponto de pensar muito na minha vida. Aos poucos, fui percebendo que muito diferente do que as loucas consumistas pensaram de mim naquele momento, eu era exatamente assim, simples, afinal, eu não almejava roupas caras, eu queria somente ver meus filhos agasalhados, independente da etiqueta ou desenho estampado no vestuário. O tempo passou, eu passei a me orgulhar ainda mais de mim e da minha família, vi que para o caçula também não importa se o tênis tem um "certo" na lateral, o importante é ser confortável. Até que há duas semanas, em uma conversa com minha mãe sobre os presentes de natal, lá fui eu novamente me autoquestionar sobre meu estilo de vida. Conforme minha mãe ia dando sugestões de presentes eu ia dizendo que não precisava, algo assim:
   Roupa: não preciso, uso uniforme para trabalhar e o que tenho dá para sair
   Tênis: já tenho dois pares, para que mais se só tenho um par de pés?
   Rasteirinhas: ah não, tenho o suficiente para gastar o verão inteiro
   Cosmético: não uso, mãe, sou alérgica e Davi também
Até que finalmente ela desistiu e eu fiquei com uma cara de alface. Conversando com uma colega de trabalho sobre isso ela me indicou um grupo em uma determinada rede social em que as pessoas procuram viver assim como eu já vivo, lá encontrei pessoas que vivem assim de verdade, pessoas que ainda estão nessa busca, outras que dá para perceber que minimalismo é apenas uma modinha e que vai ser duro se livrar do apego material. Lendo alguns depoimentos, vi que não sou a única nesse mundo a pensar dessa forma, vi que não preciso mais me questionar e nem ficar em dúvida se estou fazendo certo ou errado, estou fazendo o que acho certo para mim, o que gosto e ponto final. Já citei várias vezes aqui no blog sobre o consumo consciente, e é isso que quero para mim e para minha família, agradeço à minha filha Isabella por ter vindo com essa Luz Divina para nos ensinar que a vida pode ser sim maravilhosa sem gastar, abdicar totalmente do dinheiro? Claro que não, tenho aluguel para pagar, despesas para pagar, o que não quero é comprar algo inútil só por status, ter um iphone só para dizer que tenho e sim por suas funcionalidades, não quero viajar para postar no facebook, quero viajar para me distrair, não quero ter mil roupas no armário, quero ter mil sorrisos no rosto, não quero que meus filhos tenham milhões de brinquedos, quero ter milhões de horas para brincar com eles, não quero gastar horrores com botox, quero que minhas linhas de expressão digam o quanto eu vivi intensamente, quero que daqui 50 anos, eu tenha muitas histórias para contar, quero que minha maior herança seja a minha alegria e o meu amor, quero que meus filhos, netos e bisnetos lembrem-se de mim não na abertura de um testamento, mas sim quando olharem seus diplomas pendurados na parede e o quanto me orgulho deles. A vida minimalista nada mais é do que isso, a vida vivida, não a vida comprada, simples assim. Já pararam para pensar que o mundo chegou num patamar que é preciso mudar ou não tem mais jeito? Ainda bem, cada vez mais pessoas estão criando a consciência de que é preciso consumir consciente, domingo, por exemplo, resolvi assistir Dança dos famosos, foi possível perceber que o funk pioneiro era basicamente um movimento social, que pedia por mudanças e oportunidades, enquanto o funk atual é um movimento de status social "pra postar no facebook", luxúria e ostentação, onde prova que o consumo desenfreado é um dos maiores causadores da violência, o jovem mata para ter, afinal, a nova sociedade dita que para ser é preciso ter. Que o mundo tenha consciência, sei que não posso mudar o mundo, mas se mudar a mim mesma, se eu conseguir plantar essa sementinha nos meus filhos e nos meus alunos, já é um caminho andado. Converso muito isso em sala de aula e percebo que a consciência eles já tem, o que falta é um incentivo dos pais e das autoridades, limitando o conteúdo agressivo feito pela mídia, aliás, sigo uma página maravilhosa, "Infância livre do consumismo", onde vejo absurdos denunciados por eles, que me chocam cada vez mais, principalmente no quesito alimentação, já repararam que as pessoas estão mudando seus hábitos alimentares, estão começando a se alimentar melhor, e coincidências ou não os preços dos alimentos (não produtos alimentícios) dispararam? O governo também não colabora em nenhum sentido. Voltando ao assunto inicial, segue um vídeo que encontrei sobre o assunto, e que a vida minimalista não seja apenas uma modinha.

terça-feira, 2 de setembro de 2014

Mulher maravilha!


Somos responsáveis por nossas escolhas, apesar de nem sempre termos as opções que gostaríamos, o jeito é pedir a Deus que nos dê força e coragem para enfrentar tudo e sentir gratidão pelo que temos. Estou cansada, vivendo uma rotina muito doida que nem imagino como estou conseguindo dar conta. Foi escolha minha mudar de emprego, foi escolha minha arcar com as consequências que essa troca impôs, só não esperava que fosse ficar tão exausta. Não estou reclamando porque não gosto do que vivo, aliás, eu amo meu trabalho, é só o cansaço, físico e mental, sem contar a sensação de que tudo o que estou fazendo deixo a desejar, aquele sentimento de que se tivesse mais tempo eu poderia fazer melhor. Mesmo tendo uma carga horária menor no meu trabalho de CTPS meus outros trabalhos estão ficando cada vez maiores, ok ok, sou ou não a mamãe 1001? Sou ou não a mamãe maravilha? Acho que sim, mesmo não tendo convicção, acho que estou ao menos tentando, só espero que as consequências de minhas escolhas não interfiram negativamente na criação dos meus filhos, que para mim, é a prioridade. O jeito, é esperar as férias escolares para conseguir descansar um pouco e tentar organizar e otimizar as poucas 24 horas que ganho diariamente. Não é fácil ser profissional, esposa, dona de casa, estudante, amiga, artesã (essa parte eu abdiquei total, peço desculpas a quem precisa da minha ajuda), mulher (o que é isso mesmo?) e ainda ser mãe e todas as funções secundárias que esse título exige, e é exatamente o que mais temo falhar. Ser mãe "solteira" quando se é casada é mais desgastante ainda, que marido chegue logo ao seu objetivo para poder me ajudar, que eu tenha discernimento para enfrentar a adolescência que se aproxima, que eu tenha paciência para ajudar nas novas descobertas de meus filhos, que eu tenha muito amor para encarar os problemas e responsabilidades junto com meu marido, que eu tenha capacidade de transferir o melhor conhecimento possível no meu trabalho, que eu tenha um tempinho para mim, nem que seja para dormir mais quinze minutinhos na manhã de domingo, porque fazer as unhas eu já desisti faz tempo, que eu tenha saúde para curtir os melhores momentos com meus filhos e que eu consiga achar uma forma de retribuir o amor e carinho que minha família, de sangue ou não, me dá. Peço desculpas caso eu magoe alguém com descaso, saibam que não é intencional, estou num momento crucial em minha vida que é "ou vai ou racha", a vida, no sentido figurado, por um fio, ainda instável nas minhas escolhas. Bom, agora é continuar sendo forte, sendo a mamãe maravilha que estereotiparam-me, ou será que fui eu mesma que induzi essas expectativas? Força na peruca!