Roupa: não preciso, uso uniforme para trabalhar e o que tenho dá para sair
Tênis: já tenho dois pares, para que mais se só tenho um par de pés?
Rasteirinhas: ah não, tenho o suficiente para gastar o verão inteiro
Cosmético: não uso, mãe, sou alérgica e Davi também
Até que finalmente ela desistiu e eu fiquei com uma cara de alface. Conversando com uma colega de trabalho sobre isso ela me indicou um grupo em uma determinada rede social em que as pessoas procuram viver assim como eu já vivo, lá encontrei pessoas que vivem assim de verdade, pessoas que ainda estão nessa busca, outras que dá para perceber que minimalismo é apenas uma modinha e que vai ser duro se livrar do apego material. Lendo alguns depoimentos, vi que não sou a única nesse mundo a pensar dessa forma, vi que não preciso mais me questionar e nem ficar em dúvida se estou fazendo certo ou errado, estou fazendo o que acho certo para mim, o que gosto e ponto final. Já citei várias vezes aqui no blog sobre o consumo consciente, e é isso que quero para mim e para minha família, agradeço à minha filha Isabella por ter vindo com essa Luz Divina para nos ensinar que a vida pode ser sim maravilhosa sem gastar, abdicar totalmente do dinheiro? Claro que não, tenho aluguel para pagar, despesas para pagar, o que não quero é comprar algo inútil só por status, ter um iphone só para dizer que tenho e sim por suas funcionalidades, não quero viajar para postar no facebook, quero viajar para me distrair, não quero ter mil roupas no armário, quero ter mil sorrisos no rosto, não quero que meus filhos tenham milhões de brinquedos, quero ter milhões de horas para brincar com eles, não quero gastar horrores com botox, quero que minhas linhas de expressão digam o quanto eu vivi intensamente, quero que daqui 50 anos, eu tenha muitas histórias para contar, quero que minha maior herança seja a minha alegria e o meu amor, quero que meus filhos, netos e bisnetos lembrem-se de mim não na abertura de um testamento, mas sim quando olharem seus diplomas pendurados na parede e o quanto me orgulho deles. A vida minimalista nada mais é do que isso, a vida vivida, não a vida comprada, simples assim. Já pararam para pensar que o mundo chegou num patamar que é preciso mudar ou não tem mais jeito? Ainda bem, cada vez mais pessoas estão criando a consciência de que é preciso consumir consciente, domingo, por exemplo, resolvi assistir Dança dos famosos, foi possível perceber que o funk pioneiro era basicamente um movimento social, que pedia por mudanças e oportunidades, enquanto o funk atual é um movimento de status social "pra postar no facebook", luxúria e ostentação, onde prova que o consumo desenfreado é um dos maiores causadores da violência, o jovem mata para ter, afinal, a nova sociedade dita que para ser é preciso ter. Que o mundo tenha consciência, sei que não posso mudar o mundo, mas se mudar a mim mesma, se eu conseguir plantar essa sementinha nos meus filhos e nos meus alunos, já é um caminho andado. Converso muito isso em sala de aula e percebo que a consciência eles já tem, o que falta é um incentivo dos pais e das autoridades, limitando o conteúdo agressivo feito pela mídia, aliás, sigo uma página maravilhosa, "Infância livre do consumismo", onde vejo absurdos denunciados por eles, que me chocam cada vez mais, principalmente no quesito alimentação, já repararam que as pessoas estão mudando seus hábitos alimentares, estão começando a se alimentar melhor, e coincidências ou não os preços dos alimentos (não produtos alimentícios) dispararam? O governo também não colabora em nenhum sentido. Voltando ao assunto inicial, segue um vídeo que encontrei sobre o assunto, e que a vida minimalista não seja apenas uma modinha.
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